Sobre morar sozinho

Esse ano eu me exilei.

Pela primeira vez, saí de casa pra morar sozinho.

Vou fazer isso com o meu filho (que vai se chamar Thor. true story).

Morar sozinho por um tempo é importante. Importantíssimo.

Mas veja, na minha casa, a gente sempre se virou desde cedo. Eu sempre limpei meu quarto, mesmo quando tinhamos secretária empregada. Eu não gostava do jeito que ela arrumava meu quarto, então, eu mesmo limpava porque as coisas ficavam do jeito que eu queria.

Já sabia, mas aqui pude perceber bem melhor, que minha mãe me deu a melhor criação que ela poderia ter me dado. E, sendo redundante, mesmo, não poderia ter sido melhor.

Trabalho desde os 18 anos. Por um conjuntura de fatores inusitados, tive a melhor formação acadêmica que eu poderia ter tido (do ensino fundamental ao superior). Estudei inglês (e mais importante, falo inglês) e fiz mestrado. Passei vontades, mas nunca necessidade.

Comprei – eu mesmo! – meu primeiro carro (e isso lá pelos 25 anos). Besteira pra você, mas pra mim foi foda!  E desculpe lá, mas eu me acho mesmo.

Morando sozinho, querendo ou não, a gente cresce. E muito. No início, acabei me fudendo bonito aqui. Por outra conjuntura de fatores pra lá de inusitados, tive um amigo que me ajudou muito aqui. Demais mesmo. E se não fosse por ele, teria ido morar embaixo do viaduto da Areosa (tem lá a sua dose dramática, claro…).

Eu, um egoísta de marca maior, dando valor a essas coisas bobas como amizade… não que eu não desse antes, mas você pegou o ponto.

Passei mais vontades de novo. Parece que é uma sina… Imagina você morar na Europa e depois de tantos meses, ter ido apenas a Bordeaux… Paris, Londres, Roma, Ibiza (!!!!!), o Leste inteiro logo ali e você aí… sem sair de casa o fim de semana inteiro… apenas por uma questão de responsabilidade.

Responsabilidade. Aprendi desde cedo a ser responsável. Não tinha outra opção. Outra coisa que eu entendi logo é que se não fosse eu mesmo por mim, ninguém mais seria. E esse talvez seja o meu grande lema da vida: ninguém vai te ajudar. No entanto, os fatos me mostram o contrário. Ainda bem.
Morando sozinho, passei a valorizar ainda mais – cliché alert – a minha própria companhia. A condição do ser humano é estar sozinho. Perdi as contas das vezes em que eu cheguei em casa na sexta e só sai de novo na segunda… Nunca achei ruim. Eu gosto. Na média, nunca fui muito de sair, apesar de ter havido uma ou outra exceção em períodos específicos.

Nesse ínterim, aprendi a cozinhar. E muito bem, obrigado. Descobri a paixão por cozinhar. Além de ser o melhor passatempo (com ou sem hífen, foda-se), é a melhor terapia. Descobrir sabores, experimentar e, claro, ser vítima das suas próprias experiências. Faz parte. Agora sei fazer arroz bem soltinho (sem grudar nenhum na panela!), strogonoff, yakisoba, costela de porco com molho barbecue, esparguete a carbonara. Sei também fazer feijão! De lata, mas tá valendo. Tenho medo de panela de pressão. Apesar disso tudo, ainda choro cortando alho e cebola…

Sempre soube o verdadeiro valor das coisas. Mas nunca tinha pagado aluguel. Pagar alugel pesa… E como pesa. E lá se vão 30, 40% do seu rendimento mensal só pra você ter direito a um quarto, um colchão e uma mesa pra usar o computador… Some a isso as contas de água, luz, internet e suas despesas mensais com supermercado… O que sobra é pro seu lazer e outras despesas imprevisíveis (roupas, por exemplo). E não se esqueça de poupar um pouquinho, já que você está em um país estranho e não pode contar com a ajuda de (quase) ninguém… É o ônus de ser adulto.

Os shows… Consegui ir ao show do BB King! Caralho, fui no show do BB King!! BB fucking King! Mas perdi muitos shows que eu realmente gostaria de ter ido… Metallica, Pearl Jam, Megadeth, Apocalyptica… Jamais estive tão perto deles, e, no entanto, não pude ir… Vai ter que ficar pra próxima.

Sobre sonhos, medos, ansiedade e melancolia

Esse talvez seja uns dos posts mais pessoais que eu já escrevi e isso me causa certa vergonha. Mas nem tô ligando muito pra isso agora.

Eu sempre tive uma vontade muito grande – ok, um sonho – de morar fora do Brasil e essa vontade se tornou ainda mais forte depois que eu viajei pro exterior.

O motivo pra isso é que eu simplesmente quero viver num lugar mais civilizado, mais seguro, onde eu não tenha que ficar me preocupando com qual celular comprar pra minimizar o prejuízo no caso de eu ser roubado. Esse é um exemplo extremamente besta e fútil, mas só quem já teve uma arma apontada pra si sabe que essa é uma das piores sensações do mundo.

Não que os países ditos desenvolvidos não tenham problemas de violência. Em todos há violência em maior ou menor grau, no entanto, em alguns deles, a punição pra quem comete crimes é severa e certa, o que não acontece no Brasil. Hoje, a violência é o principal motivo que me faz querer deixar o Brasil anteontem.

E então surgiu uma vaga pra um trabalho em um instituto de pesquisa em Portugal, mesmo instituto em que um amigo trabalha. Mas assim que eu soube sobre a vaga, comecei a sentir coisas que eu jamais imaginei que fosse sentir. Sair do Brasil foi uma coisa que eu sempre quis, mas quando a possibilidade real apareceu, não sei o que aconteceu.

Comecei a pensar em várias coisas. Minha mãe, minhas irmãs, meu pai, minha família… Eu ia embora e eles ficariam aqui… E se acontecesse alguma coisa e eu não estivesse aqui pra ajudar… – na época, eu namorava, e claro que eu também pensei em qual situação ficaríamos.

Pra qualquer pessoa ‘normal’, esses sentimentos seriam comuns, mas se tem uma coisa pela qual eu não sou reconhecido é pela minha delicadeza, pelo meu sentimentalismo, pela minha delicadeza. Ok, eu também não sou um monstro, mas não costumo ser tomado por esse tipo de sentimentos…

Passei alguns dias pensando nisso, mas organizei os documentos, apliquei pra vaga e fiquei esperando. Houve um pequena troca de emails e uma entrevista por telefone (nota: conversar pelo telefone com um português requer habilidades ninja). A entrevista foi marcada pra um dia, mas acabou acontecendo no dia seguinte. Nos minutos que antecederam a ligação (que não ocorreu), cheguei a ter dor de barriga de nervosismo. Não conseguia fazer absolutamente nada, quanto mais eu bebia água, mais a boca ficava seca… Pois bem, a entrevista ocorreu e no mesmo dia, fui informado de que eu fora escolhido para a vaga.

No momento em que eu li o email da notícia, uma tonelada de sentimentos esquisitos… Foi um misto de nervosismo, medo, alegria, realização, preocupação, ansiedade e muitas outras coisas que eu sequer sei nomear.

Liguei pra minha mãe pra avisar e a recepção foi a pior possível… o que me deixou ainda mais atordoado emocionalmente…

Passada essa fase do primeiro impacto. É hora de começar a cuidar da ida. Aí começa a busca frenética pelo menor preço de passagem, testando todas as combinações possíveis, saindo e chegando nas mais diversas cidades. Passar procuração. Tentar prever problemas para resolvê-los antes que não seja mais possível. Começar a vender as coisas.

Logo depois dessa fase, vem a melancolia, o momento em que você se dá conta que diversas pessoas que você gosta e convive diariamente não farão mais parte da sua vida, pelo menos de forma tão direta. Que daqui a algumas semanas, essas pessoas serão apenas avatares, fotos no orkut e lembranças agradáveis. Apesar da frase ter ficado extremamente triste, essa fase melancólica tem sido umas das coisas mais legais que me aconteceram nos últimos tempos. Esse processo foi capaz de pegar essas duas últimas semanas do ano e transformá-las em dias tão legais quanto eu jamais pude imaginar.

Papo furado em mesa de bar, conversas malucas, surpresas surpreendentes (!), encontrar pessoas legais totalmente fora do meu mundo, festas miaaaadas (mas nem por isso ruins), festas em que eu dancei pra caralho e me diverti! Celebrar a vida! (isso ficou totalmente playson) É a sensação de que um minuto que se passa ponderando se algo deve ser feito ou não, já é muito tempo desperdiçado. Chegar em casa sem o dia já ter amanhecido é imperdoável! Não há vergonha em ser ridículo, só de desperdiçar chances. É como se eu acordasse pra vida, ainda que tardiamente, e isso não poderia ser melhor!

Nesses últimos dias, não tenho pensado nem um pouco no dinheiro que vai ser gasto, somente se esse dinheiro gasto vai me proporcionar boas conversas, risadas. It is all about having fun, no matter what!

Dirigir devagar e sem rumo pela estrada da turismo, ponta negra, apreciando cada pedaço da paisagem é uma sensação indescritível. São pequenas despedidas dessas coisas, aparentemente, desimportantes mas que fazem parte de mim e que daqui a um mês, não terei mais.

Não é que a vida vá acabar, mas é como se uma etapa se encerrasse e outra totalmente desconhecida – e que me causa pânico –  se iniciasse. E por quê não aproveitar essa fase que se encerra o máximo possível? É só isso que eu tô tentando fazer.

Brasil-Europa de jatinho

Eu fiquei com essa dúvida inútil aqui, sabe…

Alguém saberia me dizer quanto custa o aluguel de um jatiunho num vôo entre qualquer lugar do brasil e qualquer país da europa?

Apesar de eu não saber o preço, eu tenho certeza que custa bem menos do que uma passagem de primeira-classe. Então, por quê tem gente que paga um jatinho se ir de primeira classe é muito mais staile e ainda acumula milhas?

Primeira classe

Eu já fiz algumas viagens longas e digo: classe econômica é foda!
É a única maneira que a ralé tem de viajar, mas mesmo assim é muito escroto!
É apertado e desconfortável, basicamente, mas precisa de mais o quê?
Uma vez, vindo de São Paulo, quando eu voltava de Madrid, eu vim de gaiato de classe executiva pra Manaus. Não era a mesma classe executiva dos vôos intercontinentais (o vôo era São Paulo-Caracas), mas peeense numa diferença!
Já começa pelo assento. A largura é de praticamente dois assentos da econômica e a poltrona reclina um pouco mais.
As mais diversas revistas são oferecidas (revistas mesmo: veja, isto é, contigo, caras), rola um necessaire bem razoável e você recebe um cardápio.
Isso tudo em solo, assim que o avião levanta vôo, a aeromoça passa anotando os seus pedidos: entrada, prato principal, bebida e sobremesa, tudo isso acompanhado por pãezinhos, geléias, azeite e etc. Eram duas opções de entrada, três opções de prato principal, duas de sobremesa, três de vinho (dois tintos e um branco) e duas de sobremesa. Passa-se muito bem, obrigado. Mas, infelizmente, alegria de pobre dura pouco, e pouco mais de 3 horas depois, o sonho acabou e tive que me conformar com o terceiro mundo na viagem seguinte.

Mas esse não é o objetivo do post. Claro que eu desejo do fundo do meu coração que a minha próxima viagem seja de executiva (pelo menos), mas isso é uma coisa muito distante pra ser bem otimista.

Ultimamente, eu tenho olhado os preços de passagens pros mais diversos lugares. Exemplo: São Paulo-New York de econômica custa quase 3 mil reais. De executiva custa quase 9 mil e de primeira classe custa 18 mil reais!! Dezoito mil reais!! É um carro!!
Pagar 9 mil reais pra ir de executiva vale muito a pena, sem dúvida. É muito dinheiro, sim, mas é um vôo de 10 horas e além das mordomias no ar, tem as do solo!
Mas será que pagar 10 mil reais a mais (outra passagem de executiva!) pra ir de primeira classe da TAM vale a pena?
Se a primeira classe for aquela famosa da TAM, cabines individuais, totalmente privativas, talvez valha.
Pelo menos nos aviões da TAM que eu vi, a primeira classe era igual a executiva só que tinha menos assentos. Claro que o serviço é diferenciado, mas mesmo assim são 10 mil reais! Ainda mais hoje em dia, que os assentos da executiva já reclinam 180 graus.

Claro que na Emirates, já é outra história…

USA – Vamos copiar o que dá certo

Algumas coisas aqui nos EUA (muitas coisas) são bem mais práticas e simples do que no Brasil. Então por quê não copiar essas coisas ai pro Brasil?

– A água aqui é de graça. Já aconteceu duas vezes comigo. No restaurante, pedimos água, a mulher trouxe um copaço. Lá pelas tantas, o copo foi secando e lá vem a mulher com uma jarra de água e reabastece nossos copos. Na hora da conta, o valor da água veio 0,00. Ok, era um restaurante numa cidadezinha da Virginia. Hoje aconteceu de novo em New York, em plena Manhattan. Era um restaurante razoável, pedi água porque estava sedento e depois lá vem o garçom e reabastece o copo. Ou era de graça ou era um valor fixo. Não veio nada na conta. Já me disseram que é água da torneira. Mas, lembre-se, a água da torneira daqui é bem diferente.

– Celular. Assim que eu cheguei, eu comprei um celular aqui. Foi uma das melhores coisas que eu fiz. Paguei 40 dólares. O celular é um motorola vagabundo (pleonasmo), mas já veio com 25 dólares de crédito, o minuto custa 10 cents (!) e liga de graça pra AT & T ilimitado! Em contrapartida, eu pago 1 dólar por cada dia que eu uso o celular e pago por chamada recebida (aqui nos EUA é assim! os pós-pagos tb!). Não existe roaming e interurbano dentro dos EUA e em alguns outros países como Canadá e México. Eu sempre ligo pro Brasil do celular e 3 minutos custam 1 dólar! 1 dólar por uma chamada internacional pra celular!!

Por que não pode ser assim no Brasil? Privatizem as telecomunicações no Braziu! Qual o custo de uma chamada local pra uma operadora? Zero! Elas estão na mesma rede! Mas vamos ser realistas e adicionar os custos de manutenção e etc. Chega a 1 centavo? Com exagero, talvez.

– Sistema de transporte: já experimentei os metrôs de Washington DC e NYC. Em DC, o metrô é caríssimo (uma viagem minha chegou a custar mais de 4 dolares!). Mas em NYC é barato e super eficiente. Assim que eu cheguei aqui eu comprei o ticket de 7 dias ilimitado. Ilimitado! Durante 7 dias eu ando o quanto eu puder de metrô por 25 dólares! O metrô aqui vai pra todo lugar. Tem linhas que vão do The Bronx até Staten Island! (olhe no mapa) Eu tô na rua 200, a times square fica por volta da rua 42 (por aí), em meia hora, eu tô lá. Esse fim de semana, alguns trechos do metrô estão em manutenção e esses trechos estão sendo feitos de ônibus. Pra se ter uma idéia, pra vir da rua 168 até a 200, levamos quase o mesmo tempo do pra vir da 59 até a 168! O trânsito aqui sucks! Claro que ter um carro é ótimo, mas gastar menos e ser bem atendido é melhor ainda. O metrô é o transporte do futuro.

– Segurança. Em nenhum momento eu senti medo aqui. Nenhum! E olha que aqui tem um galera que só de olhar pra cara já apavora. Claro, estamos falando de Manhattan, no Bronx dizem que a estória é outra, mas, o que diabos eu vou fazer no Bronx? O zoológico? Não, obrigado.

O impressionante é que não se vê muito policial na rua, sempre tem um ou outro rodando, mas não é aquela coisa ostensiva, mas mesmo assim, é super tranquilo. O metrô também é super tranquilo, e eu só vi policial com cachorro e o caralho em apenas uma estação.

Eu diria que você pode contar dinheiro na rua, sem medo nenhum, apesar, de claro, o bom senso não recomendar isso.

– Educação: pode dizer que os americanos são frios. Mas eles são educados. Muito educados. Tudo aqui é excuse me, sorry, thanks, you’re welcome.

Porém, tem coisas que a gente realmente não precisa copiar.

– Paranóia. A paranóia com segurança aqui é grande. Pra ir pra estátua da liberdade é foda. É airport style security, mano! Pra entrar na estátua é no backpacks, tudo de novo e no food or drinks allowed! Passa até por uma máquina que dá três jatos de ar na pessoa (se alguém souber que diabo é isso, diz aí). Policiais armados até os dentes com metralhadora e o cacete é comum aqui. Como já falei, em DC o policial deu um chega pra lá num cara e disse pra ele manter uma certa distância.

– Tax: taí um coisa que eu não gostei daqui. As taxas aqui não estão no valor do produto, elas só vão ser acrescentadas no final da compra, no caixa. Cada estado tem a sua alíquota, gira em torno de 7%, 8%. É um inferno porque você nunca sabe quanto as compras vão dar. E tem vezes, que, ou eles não cobram ou então já tava embutido no preço. Vá saber. Eu concordo em deixar claro quanto do preço é de taxa, mas separar, não.

– Tip: outra coisa que me irrita, menos que o tax, é a gorjeta. Elas giram em torno de 10 a 20% dependendo do serviço. O engraçado é que nos restaurantes, a gorjeta é chamada de gratuity. E varia de acordo com o número de pessoas. Dependendo do lugar, mesas com 8 pessoas são ‘sugeridas’ a pagar 18%. Quando o serviço é bom, vá lá, mas quando o serviço é ruim (como normalmente é em Manaus) é foda pagar os 10%…

USA – Ground zero, Century 21, Brooklyn Bridge, J&R and beyond

Bom, hoje eu fui nesses lugares aí do título.

O ground zero é o que sobrou das torres gêmeas. Tão construindo alguma coisa lá que eu não faço idéia do que seja. Assim que eu cheguei lá, me deu um arrepio, é um lugar um pouco carregado, sei lá. Como ontem foi 11 de setembro, tinha flores, homenagens, etc. Eu achei muito legal uma bandeira dos EUA com o nome de todas as vítimas.

Ali naquela região tem muitos prédios, muito altos. Agora, imagine você, que ali tinham dois (dois!) prédios mais altos ainda!!

Depois, fui na Century 21. Essa loja é uma dica do fantástico Nova York para mãos de vaca. Segundo consta, a Century 21 vende as peças de marca da estação passada. Eu fui lá e comprei camiseta da Nike por 10 dólares, óculos escuro da Tommy Hilfiger por 15 dólares e etc. Bom, eu espero que seja tudo original (usar coisa de marca falsificada é deplorável…). Mas eu creio que seja, sim. Eu acho que uma loja daquele tamanho teria muitos problemas em vender coisas falsificadas tão descaradamente. A loja tem uns 4, 5 andares e tem de sapato a cama, mesa e banho. É bom ir com paciência porque é tudo jogado lá.

Em seguida: Brooklyn bridge. Muito legal. Bem bonita e tem um visual fantástico. Assim que eu vi a ponte, eu me arrepiei. Eu só fui até a metade e voltei porque eu não tinha muito interesse no brooklyn, não. Dizem que é o bairro mais charmoso de NYC. Então, tá…

A ponte balança muito! Tem horas que parece que vai cair. E também, vai que a Al-qaeda resolve fazer o 12 de setembro e jogar um avião na ponte? Eu tenho certeza (e o governo americano também) que a ponte é praticamente um alvo com uma seta fluorescente…

Aproveitei e fui na Wall Street. Taí um lugar que ninguém precisa ir. É um bequinho que tem a bolsa de valores, só isso. Um pouco mais pra baixo é que tem um pouco mais de cara de rua importante. O estranho é que apesar de essa parte da cidade ser importante, é bem largado. Essa região tem um ar muito soturno, sinisitro. Mas não tem perigo, não.

De Wall Street aproveitei pra ir até o Pier 17 que é um shopping legalzinho, bom pra comprar uns souvenirs e comer. Eu comi algum prato chinês aí que tava gostoso e foi baratinho (6,99 usd). O pier também tem um terraço de onde se tem uma vista muito legal da ponte do Brooklyn.

Hoje o que atrapalhou um pouco foi a chuva. E o pior era que não chovia de uma vez, ficava naquelas de chove, não chove.

Depois fui até a J&R pra comprar as muambas que me pediram. A loja, definitivamente, é a maior da cidade mas, em compensação, é a mais tosca. Eu acho que o dono deve ser paquistânes, indiano, sei lá e parou no tempo, o bichinho… O que me fez achar isso foi que a mulher do caixa que era tambem dessa nacionalidade aí. Então deve ser um negócio meio que em família e tal.

Pois bem, a loja é tosca porque você tem que ir lá com o vendedor, aí ele faz uma notinha manuscrita e você vai no caixa e paga e volta com o vendedor pra ele dar o produto pra você. Mas, eu não sei porque cargas d´água em outro balcão a mulher já me deu o produto. Pois é, em cada andar, bem na saída da escada, tem aquelas paradas de apitar e como eu tava com um cartão de memória na mão, toda vez que eu passava por aquilo, aquela merda apitava. Pelo menos ninguém veio me encher o saco. Ah sim, a partir do segundo andar, nada de mochilas, você deixa lá num guarda volumes.

Beleza, subi, desci e fui pagar. O que eu encontro no caixa? Uma máquina reZistradora! Daquelas bem old-school mesmo, com display verde e tudo!

Acha que acabou? Nada, depois que volta com o vendedor pra pegar os produtos, você vai com eles na mão até a porta. Chegando lá, um carinha confere tudo e dá a sacola pra você. Ou não.

Isso sem contar os terminais de consulta dos vendedores. Mermão, era monitor de 14 polegadas e um sistema daqueles de drogaria, tipo clipper? Pois é…

É um contracenso uma loja daquele porte ser tão arcaica.

USA – Central Park, 5th avenue e etc

Hoje, eu fui no central park, museu de história natural e 5th avenida.

O central park é um lugar fantástico, sensacional, incrível. É daqueles lugares que não dá vontade de ir embora. Com uma comidinha, um livro ou uma boa companhia, o dia passa brincando. Aliás, os americanos se alimentam muito mal mas, parodoxalmente, eles têm mais qualidade de vida que a gente. Aqui tem muitos parques, lugares pra você sentar e ler um livro, ver o tempo passar…

Em Manaus, temos o recente ‘parque’ dos bilhares. Que, segundo dizem, o nome de ‘parque’ foi uma ordem do Serafim… Pois bem, mas lá não é o melhor dos lugares pra passear. Já ouvi relatos de sequestros relâmpagos por lá!

Apesar de o central park ser um lugar deserto e ter muitos mendigos, é muito seguro. Ah, sim, lá também tem muitos esquilos. Pra quem nunca viu, é um prato cheio.

Tem vários músicos se apresentando por lá também. Hoje tinha umas bandas de jazz sensacionais. Um baixo acústico, um sax e um violão e mais o clima de tranquilidade: de que mais você precisa?

Do lado oeste do central park, tem o American Museum of Natural History. É fantástico, e olha que eu não sou muito chegado a museu, não. Esse museu é aquele que tem os dinossauros, a baleia azul, uns elefantes, tem um monte de coisa legal. E o melhor de tudo é que a entrada é sugerida, ou seja, você paga o quanto quiser. É, é isso mesmo. O preço sugerido é 15 dólares/adulto, mas eu, por exemplo, paguei 2 dólares. É um pouco constragedor, é verdade. O cara me perguntou de onde eu era, se eu tava sozinho e disse:

– suggested fee is 15 dollar, sir.

Aí eu coloquei os meus dois dólares no balcão e ele falou:

– Oh, so you’re gonna give only two dollars? Ok, i get you.

E me deu o ticket.

É claro que eu não vi tudo, não passei do segundo piso.

Saindo de lá, atravessei o central park e fui descendo a quinta avenida. Logo depois que o central park acaba, tem a loja da Apple e a Fao Schwartz.

Mermão, a loja da Apple é pra botar qualquer um doido, maluco! Cara, pode falar o que quiser da Apple, mas temos que admitir que Steve Jobs é um gênio. Tem coisa mais sedutora do que deixar qualquer pessoa mexer, por quanto tempo quiser, em todos os produtos da apple? Não, não tem!

E é em todos os produtos mesmo! E com internet de graça!

Tem um bancada de iPods nano, outra de iPod classic, outra de iPod touch, uma iMac, uma macbook, uma de macbook air e o que mais você possa imaginar. Por esse motivo, a loja é packed! Eu consegui mexer nos novos iPods nano (prefiria o antigo), no Touch (fiz até um postzinho por ele) e num iMac (o gmail era bloqueado…). Isso tudo, sem contar o cubo de vidro na rua e a escada de vidro.

Bom, a quinta avenida é aquele lugar onde você não vai comprar nada, mas tem que ir. Imagine qualquer grife. Sim, tem uma loja na quinta avenida. E essa outra aí também.

Na quinta avenida também estão o Rockefeller Center e o Empire State Building (não é bem na quinta avenida, mas é por ali). O Rockafeller Center é belíssimo. E bem do lado tem uma loja da NBC. A NBC Experience Store.

É impressionante como aqui qualquer coisa tem loja. Tem loja da NBA, do CBS, da NBC, da ESPN, do escambau. O pessoal sabe fazer dinheiro aqui. E no caso da loja da NBC, o nome é perfeito: experience store.

É realmente uma loja de experiências. Por exemplo: eu fiquei maluco quando eu vi a camiseta da Nerd Herd do seriado Chuck (assistam, é muito legal). Tinha também a camiseta da Buy More! Quem é fã, vai lá e compra porque se identifica. Tinha muita coisa do The Office e Heroes também. Na loja da CBS só tinha coisa do CSI.

Uma coisa esquisita que eu notei na 5th avenida é a ausência de restaurantes. Só vão aparecer restaurantes (fast food ou não) lá pela rua 30. Pra quem veio lá dá 70 e poucas na pernada…

Ah, eu vi o McCain!

Eu tava andando por lá e de repente veio um monte de carro da polícia com as sirenes ligadas e aqueles carrões pretos do serviço secreto (igual aos dos filmes!) e os carros da polícia buzinavam desesperadamente. Quando eu olhei pra uns dos carros pretos, eu vi uma mulher muito bonita (parecia uma boneca), quando eu olhei de novo, quem tava do lado dela? O John McCain!

Eu sei que não tem nada demais ver o McCain e tal. Mas, sei lá, é uma coisa louca uma pessoa que a gente só vê na televisão de repente tá ali do nosso lado…

Aventura em Baltimore

Cheguei em Baltimore hj pra conferência. Depois do almoço, resolvi dar uma volta pra
conhecer a cidade já que eu só fico aqui até quarta. Primeiro fui no banco trocar uns
traveler cheques e depois a minha intenção era ir até o porto, que é tipo um pier,
o inner harbour.

Blza, fui andando pra frente, em um momento eu vi um mapa no meio da rua, dei uma conferida
e conclui que eu tava no caminho certo. E continuei andando pra frente.

Depois, de algumas quadras, as ruas começam a ficar mais desertas e eu fico um pouco
cabreiro, mas de vez em quando tem umas pessoas nas ruas e etc. Blza, continuei andando.

Mais algumas outras quadras na frente, as pessoas que estão pelas ruas vão mudando. O
número de pessoas brancas vai diminuindo muito, dava até pra contar nos dedos.

E minha consciência falando: volta, arlen. Eu só dar meia volta. Mas não, continuo
andando.

Mais outras quadras depois, eu percebo que eu estou num gueto! Nas quebradas, mesmo!
Sabe aqueles cenários de filme? Pois é, era igualzinho. Dava pra contar nos dedos o número
de pessoas brancas e elas rareavam cada vez mais. E eu ficando preocupado. Vez por outra,
aparecia um rosto simpático e eu tinha vontade de chegar com a pessoa e dizer:
meu senhor, eu tô perdido, me tira daqui? Mas, não, eu inteligentemente continuava andando
pra frente.

Não é preconceito, nem racismo. E eu não tavam com medo do lugar pelo fato de as pessoas
serem pretas. Eu tava com medo por causa jeito das pessoas.

Como eu já falei era igual filme. Aqueles negões estilo gangsta conversando na frente de
uma casa e quando eu passava, eu sentia os olhares de what da fuck? Porque, melanínicamente
falando, eu sou bem diferente deles…

Daí tomei uma decisão: entraria no primeiro táxi que aparecesse. Grande idéia, Arlen!
Mas… cadê os táxis?

Mermão, não passava um táxi, não passava um ônibus, não passava nem uma melancia aberta!!
hehe

E de vez em quando, eu cruzava com um caboco altamente barra-pesada. Por umas duas ou três
vezes, eu apenas esperei ser assaltado ou coisa bem pior… mas, thanks god, era tudo
paranóia da minha cabeça doente.

Mas acompanhe comigo: eu passava por um grupo, quase que imediatamente, um outro cara la na
frente, olhava pra trás e balançava a cabeça pra alguém do grupo que eu acabara de cruzar.
Quem não pensaria no pior? Quem? E parece uma coisa, porque o cara que tinha balançado a
cabeça, meio que vinha em minha direção como se quisesse bloquear o meu caminho. E, repito,
isso não aconteceu só uma vez, não!!

É claro que todo mundo que olhava pra mim, sabia que eu tava perdido, mas na minha cabeça,
se eu desse meia volta e viesse pelo mesmo caminho, ia ser bem pior… e continuei
andando… Pegar uma rua tranversal e voltar por outra, nem pensar! Pois as ruas
transversais eram bem mais sinistras que a que eu tava andando… and keep walking…

Até que a paisagem mudou um pouco, não se tinham mais casas, apenas uns galpões e a rua
tomou proporções de uma highway e ao fundo, era possível ver uns containers.

Ah sim, durante todo esse percurso, eu ainda pretendia pegar o táxi. Mas, como, se não
passa táxi?

Pois é, como a rua era bem mais movimentada, decidi parar no ponto de ônibus
e ficar esperando. Apesar de a rua ser movimentada, o lugar era totalmente deserto.

Ah, eu falei que eu tinha ido no banco, né? Pois é, eu tinha nada menos que 400 dólares no
bolso!! E a câmera no outro! Um pouco antes disso, eu já tinha tirado o cartão de memória
da câmera e guardado num bolsinho. Agora eu peguei o dinheiro que tava no bolso e coloquei
dentro da cueca! E deixei a câmera e o celular como cortesia, mesmo…

Espera, espera, espera e de repente vem se formando no horizonte a imagem de um ônibus – o
mais glorioso obejto do universo naquele momento até então… – e quando eu, todo
serelepe, quase que ajoelho pro ônibus parar, eu leio no lugar do destino: not in service…

Espraguejei toda a geração do motorista e do ônibus, mas continuei lá, firme.
E lá vem mais dois ônibus e… not in service… pqp!

Mais alguns minutos e lá vem um táxi e logo atrás um ônibus. Claro, eu preferi pegar o
ônibus e adivinha? Mifu… o ônibus tava not in service e quando o taxista passou por mim
ainda deu uma buzinada…

Concomitantemente ao táxi e ao ônibus quem dobra a esquina que ficava a cerca de 10 metros
da parada? Um marmanjão, todo rasgado, andando naquelas bicicletinhas bmx. Neste momento,
apenas esperei ele me abordar e entregar as minhas coisas pra ele… sério…

Fiquei lá, com um olho no peixe e outro na gato, enquanto ele vinha pedalando alegremente
em minha direção. Ele, claro, deu uma olhada de what da fuck e continuou. Fiquei levemente
aliviado, até que 17,5 ms depois eu ouço o pé dele arrastar no chão parando a bicicleta.
– Game over, pensei…

Ele ficou lá parado, meio de costas pra mim, eu fiquei olhando de canto de olho pra ele
e ele pra mim. Ele colocou a mão no bolso, tirou umas paradas e começou a fazer
alguma coisa com as mãos. Fiquei manjando um pouco mais e percebi que o puto tinha parado
pra fazer um cigarro de maconha no meio da rua às 3 da tarde!!!

Aí, meu amigo, haaaaaaaja coração!!!! Vou te contar, viu?!
Quando eu percebi que parou ‘só’ pra confeccionar o seu cigarrinho do capeta, confesso
que fiquei 16% mais tranquilo, mas vá saber, né?

Só sei que foram uns 10 minutos da mais pura tensão. O mais louco era que o cabra
não se fazia de rogado. O pessoal que passava de carro dava umas olhadas sinistras, teve um
senhora que passou e ficou falando umas coisas, só deu pra ouvir ‘smoking’

Passaram mais alguns táxis que estavam ocupados e passou um corno que não parou!!

Até que veio um táxi amarelinho, lindo, maravilhoso, confortável, com um motorista
simpático. Traumatizado, disse pra ele me levar direto pra casa, a corrida custou 10
dólares e mais um tip de 3 dólares. Eu achei barato pra distância. Mas, podia custar até
50 doláres que eu nem ligava…

USA – buy, buy, buy

Hoje fui na Best Buy e na Microcenter. Na Microcenter, comprei um mouse microsoft de 10 usd que é uma merda e tripé de 0.99!!

Na Microcenter quase comprei o PS2 que tava 130 usd um novo, ou 90 usd o refurbished. Muitos jogos, muita coisa. Nessa loja eu fiquei meio maluco.

Mas minha cabeça explodiu mesmo na Best Buy! Mermão… pqp!!

Lá eu quase comprei o PS2 de novo, lá eu quase comprei um MP4 da Sony de 8GB que tava 149 usd!! mais barato que na loja da própria sony!

A loja da sony e da apple tb são legais, mas a best buy é muito melhor!

Lá tem PS3 com guitar hero pra jogar, Wii, XBox, etc e etc. É uma loucura!

Fui também na Victoria´s Secrets…ui ui ui

Comprei uns cremes lá. O foda é que a sacola de lá é rosa choque e bem grande. Imagine que gracinha era eu e o Máiquel andando pelo metrô com essa sacola…

Comi um sanduíche de pastrami no Subway, muito bom. Os sanduíches lá tem dois tamanhos: 6″ e footlong (20 e poucos centímetros). Tem um sanduíche lá que vem um monte de almondega dentro!!

A alimentação aqui por esses dias têm sido exemplar: McDonalds, Subway, pizza, refrigerante infinito, M&M´s, pringles…

USA – coisas aleatórias

Quando eu viajo (quem lê e não me conhece vai achar que eu viajo muito), eu prefiro ficar na casa de uma pessoa pelo couchsurfing do que ficar num hotel. Claro que ficar num hotel é muito mais cômodo: a cama se arruma, o banheiro se limpa, as tolhas se lavam, é uma maravilha.

Mas hotel é um negócio muito impessoal, afinal vc é um cliente. Apesar de existirem excelentes guias, as dicas das pessoas que moram no lugar são muito valiosas. Exemplo: eu comprei um guia de Nova York da Folha. O guia é excelente, tem fotos legais e etc, mas é um guia feito para pessoas que têm dinheiro.

Quando você convive com um morador mesmo, você tem a chance de viver com um nativo, ir nos lugares que eles vão e etc.

Voltando ao post. O american way of life é uma coisa muito maluca. Aqui não existe nada pequeno. Hoje eu fui no Starbucks e pedi um Moccha pequeno que deve ter uns 500ml. O moccha é gostoso mas um pouco enjoativo.
Falando em Starbucks, é impressionante como em cada esquina tem um. E não é exagero, em cada esquina tem um Starbucks. E sempre tem gente dentro!

No Brasil, ir ao MacDonalds é um programa. Nos EUA, os mendigos comem no MacDonalds. Tanto que em alguns restaurantes, o refil infinito foi abolido por causa deles. No restaurante que eu fui, o tempo máximo de permanência é 30 minutos sob pena de ser expulso pelo gerente. E enquanto eu tava lá, tinha uns 3, 4 mendigos.

A tecnologia é uma coisa que me impressiona a cada dia. Ontem, estávamos num restaurante jantando e lembraram de um vídeo de um tal de Carro Velho (assistam que é muito bom!). Aí, um deles pegou o iPhone, entrou no youtube e  mostrou o vídeo pra gente! Simples e lindo. Mas no Brasil não funciona bem assim.

Um exemplo: acabamos de comer uma pizza pedida pelo site da domino´s. Depois de fazer o pedido é possível acompanhar o preparo da pizza: fulano de tal acaba de pegar a massa, fulano coloca no forno, fulano saiu pra entregar a sua pizza. Claro que pode ser mentira, mas não deixa de ser legal.

Pringles custando 1,25 usd…

Uma coisa inusitada é o tip. Tip é a porra da gorjeta. Mas é praticamente obrigatória. O inusitado é que na conta a gorjeta é chamada de gratuity. No cardápio tinha bem assim: In a group of 8 or more, a gratuity of 18% is suggested.

Não lembro de mais coisas